O dia em que o xadrez sobreviveu à guerra

Há muito tempo, na baixa Idade Média, estava o rei Jorge II sitiado pelos Brassares, um povo bárbaro habitante da região da Pernetócia. O passatempo preferido do rei e seus ministros nesses tempos de guerra era o jogo de xadrez. Enquanto lutas sangrentas eram travadas nos campos de batalha, o rei e seus súditos movimentavam suas torres e cavalos de acordo com seus planos e intuição. Numa certa noite, uma partida chegou à posição descrita no diagrama abaixo, aonde o rei Jorge II conduzindo as peças brancas anunciou do alto de sua majestade xeque-mate em três lances. Mal terminara o anúncio, uma bala espatifou seu cavalo branco! Apesar do susto, o fato não abalou Sua Majestade. Recompondo-se, o rei disse não precisar do cavalo branco e anunciou que sem ele ainda daria mate em quatro lances.
Mas a guerra é implacável e assim que terminou de falar outra bala despedaçou seu peão da coluna da torre. Imperturbável, Jorge II analisou cuidadosamente a posição e anunciou mate em cinco!!
E esta história tem um clímax. Anos mais tarde, quando a paz e a prosperidade já haviam voltado ao reino de nosso intrépido rei, um jovem jogador, de nome Anestor Bernardes, conhecedor do fato ocorrido e analisando a posição em questão espalhou aos quatros ventos uma descoberta inesperada e interessante. Se o projétil tivesse despedaçado a torre, ao invés do cavalo, Jorge II ainda teria mate em seis!!



Fonte: Esta pequena história é baseada num excerto presente no livro
GARDNER, Martin. Divertimentos matemáticos. Bruno Mazza (Trad.). 2 ed. Sao Paulo: IBRASA, 1967.


Forte abraço a todos!